Breve História Estuque na Europa

Como tantas outras manifestações artísticas, parece que a utilização do Gesso como material de decoração, principiou no Médio Oriente e da Ásia Menor, tendo passado para o Egipto, quer á Grécia da Época Clássica. Mas foram os Romanos quem mais utilizou o estuque decorativo na ornamentação das suas arquitecturas.

O uso de materiais pobres, nas paredes e tectos, exigia um tratamento capaz de esconder a sua primitiva rudeza, o que levou os romanos a optar por cobrir as superfícies toscas, bem como as colunas formadas por tijolos, com uma camada de argamassa, onde poderiam inserir pintura ou uma decoração modelada/relevada em estuque.
Desfeito o império romano, surgiram os Bárbaros, e com estes povos quase que desapareceu a "moda dos Estuques". Contudo foi nas regiões de forte tradição Romana que se mantiveram as tradições e costumes arquitectónicos, até á idade média.
Decoração Estuque Influência Árabe
Na Península Ibérica, desde os finais de XI até ao fim da Reconquista Cristã , que os Árabes utilizam com abundância os estuques, que em Espanha são conhecidas por Yesarias e traduzem o sentimento de horror ao vazio, tão característico da Arte Mulçumana . O Ataurique e o Alicatado são proventura, as mais características expressões desta arte, que se desenvolveu também na arte do azulejo e na marcenaria. A decoração arábe apresenta complexas composições geométricas, elementos florais e inúmeras caligrafias árabes com passagens do Corão, representada em Baixo Relevo

E porque a correntes arquitectónicas são temporais, é novamente no Século XVI, que o estuque recupera novamente o antigo esplendor. Rafael Orbino , ilustre pintor da época, faz renascer o estuque, depois de se inspirar nas Termas de Tito. Este executou os ornatos grutescos das Loggie do Vaticano. O exelente trabalho proporcionou que surgissem discipulos e convites. Estavamos no início do período Maneirista. É importante chamar a atenção para o papel que o estuque vai desempenhar fora da Península Itálica, sendo de realçar a importância que os artistas italianos tiveram em França, aonde o Rei Francisco I, os chamou para obras no palácio de Fontainebleau (1530).
Foi no Palácio de Fontainebleau que irá laborar um dos principais vultos relativos á arquitectura e teorização do Maneirismo, a partir de 1540.


   O Barroco
No dobrar do século XVI para o século XVIII , inicia-se em Itália, em Roma, uma das correntes artísticas, que irão prolongar-se por todo o século : O Barroco. Os grandes teorizadores e executantes desta linha aquitectónica são Bernini e Borromini. A Arte Barroca consiste na tendência para a valorização dos elementos dinâmicos sobre os estáticos. A arquitectura ondulante das paredes de Borromini é o maior exemplo. Bernini destaca-se na escultura, e reinventa a coluna salomónica, que será um dos elementos característicos da decoração de toda a época barroca.

Tanto Bernini e Borromini fizeram uso sistemático do Estuque na concretização das suas obras.
Uma seríe de mestre surgiram fazendo uso dos principios da arquitectura e escultura Barroca. Destacamos Antonio Reggi e o Serpotta, este último o verdadeiro símbolo da Arte do Estuque.

Numerosos artistas do Barroco de Itália emigram, para realizar suas obras. A Europa Central e do Norte, ,especialmente os países germânicos ( Alemanha e Austria), é povoada por estes mensageiros . Os naturais desses países aprendem as técnicas e a estética do Barroco com os mestres de Itália. Formam-se locais/vilas onde a concentração destes artistas é numerosa (Wessobrrunn na Baviera , Alemanha).
O Estuque é o material de excelência do período Barroco.

   O Neoclassicismo

Novos tempos surgiram, não deixando esquecida a antiguidade clássica, fonte de inspiração de novas correntes de arquitectura e decoração. Surge o reinventar do período clássico - Neoclássico.
Curiosamente agora não são os Italianos quem mais se notabiliza neste período , mas sim os Arquitectos Ingleses que explorando as ruínas Romanas , conceberam uma decoração cheia de delicadeza, à base de arabescos de estuque, alternados de vez em quando com medalhões de pequenas cenas mitologicas. Recorreu-se aos estucadores italianos, por serem detentores , ainda da execução e técnica de estucar.
O Neoclássico, é uma corrente de arquitectura doméstica, os ambientes onde se utilizam estes estuques nada têem haver com a decoração de edificios para receber e dar sumptuosas cerimónias. São estuques que utilizam motivos e temas que se propíciam á intimidade doméstica. Na França são conhecidos este estuques como "Estilo Luís XV". Os arquitectos ingleses que teorizam esta corrente Neoclássica são : Os Irmãos Adam e Josiah Wedgwood.
Figura Histórica Portuguesa num Medalhão - Estilo Romântico
O periodo sucedâneo do Neoclássico é o Neomedievalismo Romântico. Povoam nos tectos nervuras, ogivas, de encordoados, de flores triboladas, flores de lis, de rosáseas, tectos com molduras paralelas derivadas do gótico perpendicular, de pinhas, alcachofras, e de cogulhos por onde se enrolam as folhas de acanto. As folhagens retomam o seu antigo esplendedor, e surgem muita vez associadas as imitações dos ornatos mulçumanos.

Por fim, e num tempo mais contempôraneo, surge a Arte Nova que irá ser destronada pelo geometrismo da Arte Deco. As influências do Cubismo e da Revolução Industrial, nos ultimos tempos

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